31 de outubro de 2024
28 de junho de 2017
Farmácias Populares – Boas, Bonitas e Acessíveis
A proposta de um modelo de farmácia que conjugue aparência chamativa, instalações práticas e, acima de tudo, um mix de produtos a preço competitivo vem conquistando o Brasil, são as chamadas farmácias populares.
Elas contam com um posicionamento estratégico bem definido e são reconhecidas em qualquer canto do país como referência em preços acessíveis, assim como pelo alto nível de atendimento, excelência na gestão e marcante identidade visual que as diferenciam das demais redes.
De acordo com dados da Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas), em 2016, o segmento de farmácias populares apresentou um crescimento de 83.44% e movimentou R$ 683 milhões. No entender do presidente da entidade, Edison Tamascia, que também preside a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e a rede Ultrapopular, o crescimento pode ser explicado pela fidelidade ao verdadeiro modelo das farmácias populares.
“Existem farmácias que apenas pintam sua fachada de vermelho e acreditam que estão dentro do modelo popular. Mas, para ser uma farmácia realmente popular, é preciso muito mais que isso. É preciso seguir o modelo correto de gestão, oferecendo preços realmente mais acessíveis. Por mais que o medicamento seja um produto de primeira necessidade, a busca pelos melhores preços sempre será o fator determinante de compra”, explica ele.
Na visão de Evandro Rodrigues da Silva, diretor de marketing e expansão da rede Poup Aqui, o avanço está relacionado a uma combinação de amadurecimento do setor farmacêutico com acessibilidade, varejo farma tem passado por profundas mudanças nos últimos 10 anos, e o modelo popular vem amadurecendo e promovendo um maior acesso aos medicamentos para as classes menos favorecidas. Num momento de profunda recessão e desemprego, todos querem gastar menos com tudo, incluindo medicamentos caros que são de uso obrigatório”, observa.
Segundo uma pesquisa recente do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), 45% dos consumidores que entram nas farmácias acabam adquirindo produtos diferentes dos quais pretendia comprar, como genéricos ou similares, e quase sua totalidade faz essa troca em busca da economia. “Isso mostra que os consumidores estão mais propensos a comprar medicamentos genéricos, especialmente por serem mais baratos, aí que se encontra a importância de diminuir os custos e ter melhores processos administrativos nas empresas, pois todos estes fatores estarão refletidos no preço final”, comenta Tamascia.
O MODELO
No entender de Rodrigues da Silva, a ideia de baratear os custos gerais do negócio para poder diminuir os preços passa por uma série de atos de gestão, os quais tornam a estrutura física e operacional das farmácias populares única em comparação com as convencionais “Para oferecer um preço mais baixo, é necessário que a operação seja mais econômica e enxuta, a fim de que seja possível transferir a economia para o preço final. Assim, é fundamental que haja uma gestão efetiva dos custos operacionais, com uma loja mais compacta, serviços restritos, mix de produtos mais enxuto, controle muita apurado de estoque, bem como uma operação mais leve e descomplicada para atender mais clientes”, indica.
Segundo Tamascia, por não serem um modela de farmácia de serviços, corno normalmente são as grandes redes convencionais, que oferecem entrega a domicilio, atendimento telefónica e funcionamento 24 horas por dia, as farmácias populares conseguem reduzir o custo ao essencial sem perder em qualidade. “Em relação ao mix de produtos e ao espaço físico, as farmácias populares possuem uma variedade muito próxima às demais.
A principal diferença é que, numa farmácia popular, tem-se uma redução no oferecimento de produtos e serviços adicionais, no horária de trabalho e no custo operacional, que reflete no preço final”, elucida.
Tamascia observa ainda que não é correto relacionar o modelo popular a um empreendimento mal organizado, uma vez que a otimização dos processos é a principal virtude do padrão popular. “É erro associar farmácias populares a lojas feias e mal estruturadas, pois nesse modelo de negócio é necessária uma grande preocupação com a disposição de produtos e o design do ambiente. Além disso, muitas vezes, as farmácias do modelo têm o mesmo investimento em marketing que as convencionais, pois isso é uma necessidade”, garante.
UMA REDE DE SEGURANÇA
Na visão de Rodrigues da Silva, outra característica marcante do modelo popular são as franquias, que impulsionam a estratégia de fortalecimento geral da marca e ainda aumentam o poder de negociação junto aos distribuidores. “A grande vantagem de adquirir ou migrar para um empreendimento desse modelo é a mudança radical na imagem, no preço e na rentabilidade da empresa O modelo oferece muito mais competitividade frente aos concorrentes e permite que o empresário possa planejar o crescimento e a ampliação do negócio”, explica. No modelo popular, o franqueado recebe todo o know-how para que trabalhe dentro de um molde pautado pela gestão eficaz de compras, vendas e custos, aponta Rodrigues da Silva.
Toda a assistência oferecida por um agrupamento, segundo explica Tamascia, é essencial e cria uma rede de segurança para a Investidor. “Hoje posso afirmar que fazer parte de um agrupamento é uma vantagem Os empreendedores precisam entender que, estando em um grupo, têm processos administrativos e gerenciais bem definidas e estruturados, e que dessa forma é muito mais fácil prosperar”, aponta ele, observando também que, dentro de um grupo, a poder de negociação do empreendedor é impulsionado, o que, somado aos demais fatores, faz com que o modelo cresça com maior facilidade.
PROFISSIONALISMO
O presidente da Febrafar registra ainda que o modelo popular corresponde às exigências de um mercado onde não há mais espaço para a amadorismo “Uma visão de mercado sem um processo gerencial inteligente não é mais compatível com a realidade Assim, o associativismo torna-se mais uma vez o principal diferencial, pois proporciona capacitação e competitividade dentro de um mercado cada vez mais desafiador”, frisa.
Rodrigues da Silva tem uma opinião semelhante e acredita que, hoje em dia, um modelo de gestão com poucos conhecimentos gerenciais que seja bem-sucedido é impossível. “O mercado farmacêutico é bastante sedutor e diferenciado, mas mudou muita nos últimos 20 anos. Antes, havia empresários bem-sucedidos com poucos conhecimentos de gestão. Hoje, é absolutamente necessário ter um domínio na gestão de negócios e pessoas, bem como visão empresarial, para enfrentar um mercado que está cada vez mais competitivo e profissional”, finaliza.
Fonte- Revista Abradilan